" Leve é o Corpo que se solta, Livre é a Alma que se entrega ao Amor.... Segue O que se ergue no Horizonte!"

- Grande Mãe, recebida por Ísis de Sírius

29 janeiro, 2012

A Mulher Bufalo Branco e a Pipa Sagrada


Diz a lenda que, há muitas luas, tantas que já não se pode contar, um grupo de índios Dakota havia saído para caçar. Dois deles, que se haviam sentado em uma colina, viram surgir a leste, quando o sol saía no horizonte, uma estranha figura que avançava em direção a eles. À medida que se aproximava, deram-se conta que era uma bela mulher, trajada em um vestido branco de pele de veado e portando uma bolsa de mistério nas costas.
Vendo-a tão bela, um dos caçadores sentiu um grande desejo por ela e contou a seu companheiro, mas este, alarmado, o advertiu que seguramente se tratava de uma mulherwakan (sagrada), que servia de intermediária entre o Céu e a Terra e que, portanto, não lhes eram permitidos tais pensamentos. Mas estando já a poucos passos, a mulher chamou o jovem que se sentia atraído e uma grande nuvem desceu e os ocultou. Pouco depois, ao se desfazer a nuvem, apenas alguns ossos ficaram aos pés da estranha mulher e uma serpente se afastou pelo chão.
“Não esqueças o que acabas de ver!”, disse a mulher ao outro caçador Dakota, e continuou: “Venho trazer uma mensagem a teu povo e devo falar com teu chefe, Corno Oco Erguido. Vá e diga a ele que levante uma grande tenda e reúna nela todo seu povo.”
O rapaz voltou rapidamente ao acampamento e relatou o ocorrido. Sem perder tempo, Corno Oco Erguido ordenou que se montasse uma grande tenda cerimonial, seguindo as instruções da Mulher Celeste. A tenda devia ser uma imagem do universo; para construí-la, foram colocadas 28 estacas em um círculo, cada uma das quais representando um aspecto do mundo, todas unidas a um pilar central, mediante varas transversais.
O círculo completo simbolizava a totalidade do universo e o pilar do meio simbolizavaWakan Tanka, o Grande Espírito, centro e sustentação da Criação, de onde se originam e para onde retornam todas as coisas.
Enquanto isto, o povo todo se preparava para a estranha visita, colocando suas melhores vestimentas de pele de veado. Com grande expectativa, reuniram-se na grande tenda, aguardando impacientes a chegada da misteriosa mulher. Assim que a viram se aproximando, seu aspecto maravilhou a todos, por seu porte grave e sua distinção.
A Mulher Sagrada atravessou o umbral do recinto cerimonial que, como todos os tipis, olhava para leste, pois este é o lugar onde surge o sol e de onde vem, consequentemente, a luz e o conhecimento. Andando em círculo no sentido do sol, dirigiu-se a Corno Oco Erguido, que ocupava seu lugar no fundo da tenda, no lado oeste, de frente para a entrada.
“Veja o que trago para vocês!” exclamou, enquanto sustentava nas mãos a bolsa de mistério. “Esta bolsa guarda a Calumet, a Pipa Sagrada; devereis amá-la e venerá-la para sempre, porque levará vocês, vossos filhos e aos filhos de vossos filhos pelo caminho que conduz a Wakan Tanka. Através dela, nos próximos invernos, enviareis vossa mensagem ao Grande Espírito, e ele os protegerá.”
Levantando o cachimbo ao céu para que o fumo subisse ao espaço, a Mulher Celeste acrescentou: “Vim para instruí-los no uso desta pipa venerável. Com ela caminhareis pela Terra que é vossa Mãe, como se cada passo fosse uma oração, pois ela lhes dá a vida e seu seio alimenta tudo que existe. Deveis lembrar que a Terra está cheia de mistério, pois nela vocês põem os pés e a partir dela elevais vossas orações ao Grande Espírito, que está no Céu e é vosso Pai. Quando rezardes, levantem a mão ao espaço e depois a coloquem no chão, pois não provém do Céu vosso espírito e da Mãe Terra vosso corpo, e para lá voltarão?” A pipa será vossa intermediária, já que seu fumo sagrado se eleva até às alturas. Por ela, quando celebrardes este rito, deveis saudar e oferecê-lá às seis direções: os quatro pontos cardeais, ao céu e à terra.”
A Mulher Sagrada mostrou o fornilho da Calumet, para explicar: “Assim como o fumo representa o Céu, o fornilho é o símbolo da Terra. Por este motivo, fabricareis este em pedra vermelha, pois tal é a cor da Terra. Dareis a ele a forma de um templo, reproduzindo Tatanka, o Búfalo, que é o expoente de todos os povos quadrúpedes e é vosso parente mais próximo, pois lhes supre de alimento e vestimenta e se reúne em tribos como vocês. Por dar vida e sustento,Tatanka também simboliza a Terra. Tenham sempre presente que todos os seres que estão sobre ela são parentes entre si, são sagrados e devem ser tratados como tais.”
Referindo-se logo a outras partes da Calumet, a Mulher wakan continuou: “O tubo é de madeira, também imagem da Terra, pois representa tudo que cresce sobre ela. Olhem agora as quatro tiras de cores: são as Quatro Regiões do Universo. A vermelha é o leste, de onde vem a luz e, em consequência, o conhecimento e a paz; a amarela é o sul, que é a fonte da vida e da felicidade, pois envia o verão; a preta simboliza o oeste, onde vivem as aves que trazem a chuva, de lá recebemos a revelação; a branca é o norte, onde nasce o grande vento frio que purifica e dá força.”
Por último, a Mulher falou das penas: “As doze penas são de Wambali Galeshka, a Águia Salpicada, que é capaz de ver tudo que há na terra e no céu, porque voa mais alto que todos e representa todos os povos alados.”
Deixando de lado a Calumet, tomou então uma pequena pedra que trazia em sua bolsa de mistério: “Este seixo é da mesma pedra vermelha que o fornilho e é a terra na qual deveis viver. Por isto, vocês são o povo vermelho e devem seguir o caminho vermelho, que une o norte e o sul, pois é a via reta e boa. A partir de agora, a Pipa Sagrada estará nesta terra vermelha e com ela elevareis vossas orações.”
Continuando, explicou os ritos que deveriam ser realizados com a Calumet: “Olhem com atenção estes sete círculos que têm na pedra vermelha: simbolizam os sete ritos que deverão ser celebrados com este Cachimbo. O círculo maior representa o primeiro que vou ensinar: a custódia do wanaghi, a alma. Mediante este ritual, purificareis as almas dos mortos e acrescentareis vosso amor ao próximo que os seguir. Sempre que a alma de um de vocês acompanhá-los, podereis falar por  intermédio dela com Wakan Tanka. Por isto, o dia em que qualquer um de vocês morrer será sagrado e sua alma deverá ser zelada, para que lhes dê poder. Mas igualmente sagrado é o dia em que a alma se liberta e retorna à sua origem, que é o Grande Espírito, pois neste dia quatro mulheres serão santificadas e seus filhos caminharão pelo caminho da vida segundo o Mistério, servindo de exemplo ao povo.
Então a Mulher Wakan se preparou para sair e se dirigiu uma última vez a Corno Oco Erguido e seu povo. “Olhem a Pipa Sagrada! Ela os unirá com todos os vossos antepassados, vosso Avô e Pai, vossa Avó e Mãe. Lembrem sempre de quão venerável ela é e a tratem com a consideração que lhe é devida, pois lhes foi dada para que obtenham o conhecimento. Ela os fará lembrar de mim, pois estarei velando por vocês e no final de cada uma das quatro idades, voltarei. Eu sou Ptesan Win, a Mulher Búfalo Branco, e sou sagrada, pois venho do céu para trazer-lhes a mensagem do Grande Espírito e, ao mesmo tempo, sou a encarnação da Terra, pois represento tudo que existe e cresce nela.
Finalmente saiu da tenda, dando a volta pelo lado norte da mesma e começou a afastar-se. Contudo, pouco depois se deteve e se sentou de frente para o acampamento. Ao se levantar, havia se convertido em um búfalo vermelho que, alguns passos mais adiante revirou-se no chão, olhando novamente para o povo. Quando se pôs em pé, o búfalo agora era branco. Seguiu caminhando, para novamente revirar-se na terra e se transformar num búfalo negro que, depois de se inclinar nas Quatro Regiões do universo, os quatro pontos cardeais, afastou-se até que sua figura ficou oculta por detrás da colina, de onde havia surgido.
Fonte: Marta Vanaya - Mitos y Leyendas Algonkinos e Sioux

CINCO ORAÇÕES CELTAS





- UMA ORAÇÃO - I Bendito seja o anseio que te trouxe aqui e que aviva a tua alma com assombro. Que tenhas a coragem de acolher o teu anseio eterno. Que aprecies a companhia crítica e criativa da pergunta "Quem sou eu?" e que ela ilumine o teu anseio. Que uma secreta Providência Divina guie o teu pensamento e proteja o teu sentimento. Que a tua mente habite a tua vida com a mesma certeza com que teu corpo se integra ao mundo. Que a sensação de algo ausente amplie a tua vida. Que a tua alma seja livre como as sempre renovadas ondas do mar. Que vivas perto do assombro. Que te integres ao amor com o arrebatamento da Dança. Que saibas que estás sempre incluído no benévolo círculo de Deus. 

- UMA ORAÇÃO - II 
Que despertes para o mistério de estar aqui e compreendas a silenciosa imensidão da tua presença. Que tenhas alegria e paz no templo dos teus sentidos. Que recebas grande encorajamento quando novas fronteiras acenam. Que respondas ao chamado do teu Dom e encontre a coragem para seguir-lhe o caminho. Que a chama da raiva te liberte da falsidade. Que o ardor do coração mantenha a tua presença flamejante e que a ansiedade jamais te ronde. Que a tua dignidade exterior reflita uma dignidade interior da alma. Que tenhas vagar para celebrar os milagres silenciosos que não buscam atenção. Que sejas consolado na simetria secreta da tua alma. Que sintas cada dia como uma dádiva sagrada tecida em torno do cerne do assombro. 

- UMA ORAÇÃO - III 
Que atendas ao teu anseio de ser livre. Que as molduras da tua integração sejam suficientemente amplas para os sonhos da tua alma. Que te levantes todos os dias com uma voz de bênção murmurando em teu coração que algo de bom te vai acontecer. Que encontres uma harmonia entre a tua alma e a tua vida. Que a mansão da tua alma nunca se torne um local assombrado. Que reconheças o anseio eterno que vive no cerne do tempo. Que haja benevolência no teu olhar quando contemplares o teu íntimo. Que nunca coloques muros entre a luz e ti. Que o teu anjo te liberte das prisões da culpa, medo, decepção e desespero. Que permitas que a beleza espontânea do mundo invisível te recolha, cuide de ti e te inclua na integração. 

- UMA ORAÇÃO - IV 
Que sejas abençoado nos Nomes Sagrados daqueles que suportam a nossa dor pela montanha da transfiguração acima. Que conheças o suave abrigo e a graça restauradora quando fores chamado a resistir na morada da dor. Que os pontos de escuridão no teu íntimo se voltem na direção da luz. Que te seja concedida a sabedoria de evitar a falsa resistência e, quando o sofrimento bater à porta da tua vida, sejas capaz de lhe vislumbrar a dádiva oculta. Que sejas capaz de enxergar os frutos do sofrimento. Que a memória te abençoe e te abrigue com a arduamente obtida luz do esforço passado, que isso te dê confiança e segurança. Que uma janela de luz sempre te surpreenda. Que a graça da transfiguração te cure as feridas. Que saibas que, embora a tempestade possa rugir, nem um fio do teu cabelo será magoado. 

- UMA ORAÇÃO - V 
Que saibas que a ausência está repleta de terna presença e que nada jamais está perdido ou esquecido. Que as ausências na tua vida estejam repletas de eco eterno. Que sintas ao redor do secreto "Outro Lugar" que contém as presenças que deixaram a tua vida. Que sejas forte na aceitação das tuas perdas. Que a dolorosa fonte de luto se transforme em uma fonte de ininterrupta presença. Que a tua paixão se estenda àqueles de que nunca temos notícia e que tenhas a coragem de falar em nome de excluídos. Que venhas a ser o afável e apaixonado sujeito da tua vida. Que não desrespeites o teu mistério por meio de palavras insensíveis ou integração falsa. Que sejas acolhido por Deus, em quem o amanhecer e o crepúsculo se unem, e que a tua integração habite os seus sonhos mais profundos no interior do abrigo da Grande Integração. 

(Textos extraídos do livro "Ecos Eternos" de John O’Donohue; Editora Rocco). 

07 janeiro, 2012

Kwan Yin



ANUNCIADORA DA ERA DE AQUÁRIO

Na mitologia chinesa, Kuan Yin é conhecida como a Deusa da Compaixão e da Misericórdia. Ela existiu como pessoa, igual a todos nós e somente depois de sua morte foi transformada em Deusa. Também conhecida como Quan'Am (no Vietnã), Kannon (no Japão), e Kanin (em Bali). Ela cobre as planícies alagadas do Oriente, do Egito à China. E é venerada em todo o mundo por milhões de pessoas, que a consideram o símbolo máximo da pureza espiritual.

Esta Deusa enquanto viveu, percorreu o mundo, viu muita dor e então, jurou proteger e amparar todos os humanos até que o último sofrimento acabe. A MESTRA KUAN YIN TORNOU-SE A INCORPORAÇÃO DA COMPAIXÃO. Ela nos diz que se você cantar seu mantra diariamente, cultivará a compaixão que curará o mundo das mais dolorosas feridas.

Kuan Yin, cujo nome significa "aquela que ouve os lamentos do mundo" é boddhisatva da Compaixão no budismo chinês. Ela vive em uma ilha paradisíaca de P'u T'o Shan, onde ouve todas nossas preces. Todos que trabalham com sua energia, sabem o quanto ela é doce e sutil, mas também o quanto é poderosa. Somente a menção de Seu Nome alivia o sofrimento e as dificuldades. Mesmo tendo alcançado a iluminação, Ela optou por permanecer no mundo dos homens.

REPRESENTAÇÃO
Kuan Yin é representada com um dragão, pois ele é o símbolo mais antigo da alta espiritualidade, a sabedoria, a força e os poderes divinos de transformação.

Algumas vezes, Kuan Yin é representada como uma figura muito armada, tendo em cada mão um símbolo cósmico diferente ou expressando uma posição ritual específica (mudras). Isto caracteriza a Deusa como a fonte e alimento de todas as coisas. As mãos dela formam freqüentemente o Yoni Mudra, simbolizando o útero como a porta para entrada para este mundo pelo princípio feminino universal.

Outras vezes, Kuan Yin é representada sentada sobre uma flor de lótus. Nas pinturas dos artistas tibetanos, linhagens de Budas e homens santos também aparecem flutuando sobre flores de lótus - uma representação dos tronos da suprema espiritualidade. Nas escrituras budistas do Tibet, conta-se que o pequeno Buda já podia andar ao nascer e que, a cada passo, brotavam flores de lótus de suas pegadas - um sinal de sua origem divina. Hoje, muitos monges e fiéis dessa religião visualizam essa mesma cena enquanto caminham, imaginando que flores de lótus surgem debaixo de seus pés. Com essa prática meditativa, acreditam eles, estariam espalhando o amor e a compaixão de Buda simbolizados pela flor.

Na teologia Budista Kuan Yin é algumas vezes representada como capitã do "Barco da Salvação", guiando as almas ao Paraíso Oeste de Amitabha, a Terra Pura, a terra das bençãos, onde as almas podem renascer para continuar recebendo instruções até alcançar a iluminação e a perfeição.

Ela é também uma das quatro Bodhisattvas (P'u-sa em chinês), junto com Samantabhadra, Kshitigorha (Di-cang) e Manjushiri (Wen-shu) e em seu aspecto masculino se identifica com o Bodhisattva Avalokiteshvara, a quem em Tibetano se chama Chenresi: "Quem ouve e chora o mundo".

Exatamente igual a Ártemis, Kuan Yin é uma deusa virgem que protege todas as mulheres e crianças. A simplicidade que esta Deusa da Clemência gera ao seu redor e entre seus devotos, é de um forte sentimento de fraternidade universal. Seus padrões morais e humanos tendem a nos conduzir para nos tornarmos mais compassivos e misericordiosos.

Kuan Yin aparece nas nossas vidas para dizer que está na hora de alimentarmos nossos corações com a compaixão. Compaixão pelos outros e também por nós mesmos. Você se importa pelos sentimentos dos outros? Ou não se interessa? O que lhe afasta da compaixão? Você é daquelas pessoas que feri antes de ser ferida? Tem medo de abrir seu coração? Compreende-se por compaixão a capacidade de ouvir, de dar aos outros e a si mesma um espaço para experimentar tudo que deve ser experimentado e sentido. Não fuja de seus sentimentos, a jornada da vida nos presenteia com inúmeras vivências, que devem ser degustadas nos fazendo desenvolver a compaixão por nós mesmos, assim como pelos outros. De tal modo, esta maneira, fácil e confortável de pensar, levará o mundo lentamente, mas inevitavelmente, a se tornar um lugar melhor.





ADORAÇÃO À KUAN YIN

Há muitas pessoas que acham que a adoração não necessita de elementos materiais, mas somente mental e espiritual. Eu particularmente, acho que além da mente e o coração, também os movimentos das mãos e do corpo são importantes para qualquer culto. Por vivermos num mundo material é bem mais fácil focalizar nosso esforço e vontade através de gestos e oferendas. E é exatamente por isso que que possuo um altar com a imagem de Kuan Yin, onde posso privada e confortavelmente render-lhe homenagens.

ALTAR TÂNTRICO

O altar deve ser um espaço organizado e harmônico, necessário para você ter mais privacidade e ofertar suas oferendas à Budas e Bodhisattvas. Procure colocar suas estatuetas contra uma parede sólida, que não tenha janelas, nem aberturas.

Coloque no centro do seu altar a sua divindade pessoal (Kuan Yin). De acordo com a tradição Budista, o número de imagens no altar deve ser ímpar. Os arranjos das estatuetas devem obedecer a ordem hierárquica: Budas, Bodhisattvas, Protetores Vajra e Deuses Celestiais. Aquela que tiver a posição hierarquicamente mais alta deve ficar à direita, e a de posição hierarquicamente mais baixa, à esquerda.

As oferendas devem ser organizadas em frente aos Budas e Boddhisattvas, podendo ser empregadas mais de 37 tipos de oferendas. Em geral, são empregadas as Cinco Oferendas ou Oito Oferendas:

As Cinco Oferendas são: incenso, flor, luminária , chá e fruta. As Oito Oferendas são (da direita para a esquerda): concha, fruta, pó de sândalo, luminária, três bastões de incenso, cinco flores brancas (para a Escola Nyingma), água com sabão e água. Na tradição Kagyu, as flores vermelhas são substituídas por flores brancas.

Depois que todas as oferendas estiverem organizadas, o próximo passo é a colocação do incensário. A estrutura do altar consiste em mandala, oferendas e incensário (nesta ordem). Para cada sessão de meditação, substitua a fruta, a água com sabão, e a água pura, ilumine a luminária e os incensos (os bastões devem ser em número ímpar). As demais oferendas podem ser colocadas como o praticante quiser.

Algumas pessoas arranjam suas oferendas em duas fileiras, com a parte superior para os Budas e Boddhisattvas e a parte inferior para a divindade pessoal.

O significado da Oferenda de Oito são:

AS DUAS ÁGUAS : adquirir merecimentos;

FLOR : caridade;

INCENSO : preceitos, regras;

LUMINÁRIA: iluminar seus caminhos;

FRUTA : benefícios da meditação SAMADHI;

INCENSO PERFUMADO : vigor;

CONCHA : realização pessoal e transmissão do conhecimento.

Se você organizou seu altar sozinha, deve consagrá-lo através de 21 recitações do Mantra Dharani de Uma Palavra, da Roda Universal, que é o seguinte:

Om, bu-lin.

Então, recite sete vezes o Mantra Kundalini:

Om, ah-mi-li-deh, Hum pei, visualizando que o mantra entra na água de um copo, em forma de energia, a qual depois deve ser borrifada pela sala e por sobre o altar inteiro.

Terminada a tarefa de montarmos nosso altar,está na hora de entrarmos em contato com nossa amada Kuan Yin. Devemos então, tocar três vezes um sino ou batermos palma também três vezes. Em seguida junta-se as mãos em posição de oração e repete-se 3 vezes:

NAMO TAPEI KUAN YIN PUSA

CONSAGRAÇÃO DA ÁGUA

Se medita por alguns minutos, buscando conexão com nossa querida Deusa. Em seguida é chegada a hora de fazermos uma oração pessoal, que pode ser de agradecimentos, pedidos, ou somente uma comunicação silenciosa e então inicia-se a consagração de nossa água.

Pega-se com as duas mãos a taça contendo a água, elevando-a e falando:

Amada Kuan Yin

Abençoe esta água com todo o seu amor e bondade,

Que ela seja útil para levar tua salvação

A todos os seres, conforme tua vontade.

Que através do teu poder, esta água possa torna-se

o Sagrado Elixir Libertador.

Salve Kuan Yin P'usa!

Que o manto de tua compaixão e misericórdia,

cubram todos os seres da Terra.

Que esta água purificadora limpe corpos e almas.

Que tua chama violeta queime as impurezas dos três mundos.

Ofereço minhas respeitosas reverências a Kuan Yin P'usa,

a quem adoro e a quem servirei eternamente!



MANTRAS PARA INVOCAR A KUAN YIN



NAMO TA-PEI KWAN SHIH YIN P'U-SA
(em Chinês)

NAMO MAHA KARUNA KWAN YIN BODHISATTVA
(em Sânscrito)

OM MANI PADME HUM

Esta maravilhosa invocação significa: "Saúdo a Jóia do Lótus". Algumas Divindades e Seres Ascendidos são visualizados e representados com uma flor de Lótus. Assim também nossa Amada Kuan Yin pode ser vista sentada sobre uma destas flores. Esta mantra está gravado em muitas orações, em elementos ornamentais (anéis, pulseiras, medalhões, etc.), assim como em pedras de muitos templos. É uma poderosa corrente de energia espiritual, da qual você pode se conectar através deste mantra, falado oral ou mentalmente em atitude de meditação.

Vivemos hoje em uma Nova Era. Embora a chamem "Koli Yuga", a "Era do Final do Dharma", os "Tempos Apocalípticos", acredito que de certo modo seja tempo e o momento do grande resgate. Está ocorrendo o fim de um Mundo Antigo, uma revelação nova, uma consciência globalizada, o nascimento de um Novo Mundo, onde a idéia do Código de Hamurabi, olho por olho, dente por dente e a inflexibilidade implacável da Lei Causa e Efeito nos deixa uma "brecha". Creio que este novo paradigma será marcado pela Compaixão e Misericórdia (ofertada por Kuan Yin), a possibilidade de alcançar o poder transformador do Despertar Espontâneo, de alcançar a Graça Divina real e imediata, sem necessidade de passarmos pelo tortuoso processo inserido nas Leis humanas atuais.
 



Texto pesquisado e desenvolvido por 

ROSANE VOLPATTO 

Deusa Epona


Importante Deusa Celta e uma das mais antigas em seu culto, sempre ligada a cavalos.
Inicialmente cultuada na Gália, foi cultuada por grande parte dos Celtas e chegou a ser cultuada até em Roma como a Deusa tríplice Eponae.
Epona foi a única Deusa Celta a ser citada no panteão Romano, tinha grande popularidade entre a cavalaria.
Epona é normalmente representada montada em um cavalo branco, símbolo de espiritualidade.
Ela tem um cachorro ao seu lado, carrega uma serpente em uma das mãos e uma espiga de milho em seu colo.
Em outras representações aparecem um pássaro e um potro em sua companhia.
Essas imagens dizem muito sobre como ela era vista, Epona é uma Deusa de fertilidade e abundância, em alguns lugares ela foi cultuada e representada como uma Deusa tríplice.
Na Irlanda acredita-se que ela quem traz os sonhos, bons e ruins. Provavelmente a partir de seus mitos surgiram outras Deusas associadas a cavalos, como Macha e Rhiannon.
Epona (ou Epona Regina), cujo nome deriva do gaulês epo, que significa cavalo.
A deusa era representada muitas vezes com uma série de atributos, como a cornucópia ou a patera (espécie de bacia de cerâmica onde eram feitas as oferendas, semelhante a um caldeirão raso), que a relacionam com a abundância e a prosperidade.
Também estava vinculada com as fontes e ao mundo espiritual.
Da fusão destas duas características da mesma deusa surgem os primeiros relatos medievais de uma criatura encantada que vocês já devem estar imaginando quem seja: o Unicórnio.
O Cavalo Branco, símbolo sagrado para a Deusa Epona, associado ao chifre mágico que tudo produz.

03 janeiro, 2012

REEDUCANDO PARA O RENASCIMENTO DA "VELHA – NOVA MULHER"



Seguindo uma trilha de amor e ódio percorrida pela maioria das mulheres nos últimos dois mil anos, constatamos caminhos de violências em todas as formas; cultural, religiosa, filosófica, enfim, desde a integridade física até a transformação total dos seus valores éticos, da essência do moral feminino até o respeito a si mesma, com seu corpo e sua função divina de procriar, de perpetuar a raça humana. 
Conceber a alma da mulher hoje é deparar-se com um desafio obscuro. Na realidade, a mulher da atualidade está vivendo uma escravidão de alma. É escrava da sua própria densidade física. Do ego, das coisa da matéria, o que as nossas antepassadas chamariam de Mergulhadoras de Pântanos. 
Alheia a habilidade natural dos sentidos de preservação sutil, do poder da premonição, da capacidade de transformar-se e gerir energias multiplicadores de renovação, da força natural da Deusa interior que conduz, protege, e estabelece rumos naturais, que cria metas de paz e felicidade. Ela, a mulher atual segue pela vida, amarga, ansiosa, dependente de um companheiro quase sempre nem tão companheiro assim. Mergulhada na sua própria incompetência, pobre de metas transformadoras, busca nas sensações meramente físicas, quase sempre sem entusiasmo o que encontraria na plenitude da sua própria essência, no seu poder do feminino. 
Urge a necessidade do autoconhecimento, da busca de si mesma para que o crescimento aconteça naturalmente, assim a felicidade e a paz se estabelecerá na alma. 
É comum ouvirmos a frase : "Ninguém ama a quem não se ama," pura verdade. Ninguém se sente bem ao lado de uma mulher amarga, neurótica e desequilibrada, bem como do homem também. A dor, o sofrimento, as necessidades materiais, as traições são um fato real na vida de qualquer um, mas não são justificativas para o desequilíbrio. Quando estamos centradas na nossa essência, a Mãe Dor se manifesta de forma serena e com a luz da mudança. Entretanto, quando estamos mergulhadas no pântano das emoções, a nossa alma está fechada para a luz , não nos permitindo ver além da dor. 


(...) O maior desafio da mulher é ser mulher. – É virar-se pelo avesso em busca do seu eu verdadeiro, é um caminho árduo e muito difícil, mesmo porque nunca aceitamos o que encontramos verdadeiramente, quem somos e como somos. Nos surpreendemos com as fantasias do nosso ego e dos nossos sentimentos. Depois vem a grande batalha da transformação. Muda daqui muda dali e a Mãe Dor se faz presente de diversas formas e fórmulas. 
Mas a mulher despertada para sua Deusa interior, caminha serenamente entre a dor e as verdades da alma, consciente da meta estabelecida e da plenitude a ser alcançada. Entretanto, é importante se ter conhecimento dos combates do caminho, sem perder a alegria das descobertas que estas promovem, o que torna o caminho mais alegre e envolvente de várias energias regeneradoras. 
A descoberta da nossa bruxa interior não é apenas descobrir uma religião sedutora e alegre. Ou seja, o religar com as coisas da Deusa Mãe, a natureza, mas é principalmente nos conhecermos, nos encontrarmos como MULHER, obtermos a devida consciência da nossa missão na terra. Tomarmos a real medida da nossa função de mantenedora da vida e da preparação da sociedade futura. 
Lembrando sempre que é a mulher que pari o homem, que cria e o educa para a vida. O homem será sempre o resultado da formação e informação que recebe da mulher que lhe concebeu , ou a que lhe criou, que lhe amamentou e lhe enviou para a vida. 
A mulher da atualidade deve buscar interiorizar o sentimento primário de que ela é a própria expressão da natureza. Desenvolvendo assim, uma aura luz em torno de si, de auto-respeito e se fazendo respeitar em todos os níveis; sexual, profissional, religioso e principalmente na sua mais divina missão, a maternidade. 

Está na hora da mulher moderna, desmitificar o velho e protetor Príncipe Encantado, aquele que a salva de um destino cruel e assim vivem felizes para sempre. É bom lembrar que nestes novos tempos, o Príncipe Encantado é o velho e bom diploma profissional e a Universidade é o casamento que garantirá um futuro, se não feliz para sempre , mas pelo menos será a chave do castelo, que facilitará o abrigo físico e o provento necessário. Quanto ao cavalheiro montado em um cavalo branco, que dará beijos mágicos e sedutores, estará naturalmente no caminho, como parceiro na mesma meta. Porque ele também já perdeu a fantasia de encontrar a bela Princesa indefesa, que espera pela sua viril companhia. O Príncipe destes novos tempos também já se desencantou com sua bela e frágil Princesinha, e está procurando uma MULHER, que seja parceira, guerreira, companheira, cúmplice e principalmente um ser humano. Já não está mais esperando encontrar a sua futura patroa, a sua senhora, a rainha do lar ou a dona de casa simplesmente. Ele busca encontrar aquela com quem vai dividir a vida, no sentido real da palavra dividir: proventos, emoções, os prazeres do corpo e a função divina de perpetuar a raça humana. 

Outro aspecto que a mulher não deve negligenciar, é o sentimento de culpa que normalmente se desenvolve a partir de um relacionamento frustado. 
Por muitos motivos de condicionamento educacional nas últimas décadas, a mulher mergulhadora do pântano das emoções, desenvolve sentimentos de culpa ao término de uma relação, culpando-se por este ou aquele motivo, assim deve-se criar o hábito de analisar serenamente as questões de ambos os lados, sem deixar-se levar pelo vitimismo, mal que acomete a maioria das mulheres. 
É necessário que a mulher, busque amar com transparência e com o coração. Só assim se tornará livre e plena para usufruir verdadeiramente de uma parceria de amor. Quando se ama com o fígado no lugar do coração, corre-se o risco de trazer o amargor do fel para a relação, transformando um convívio que poderia ser livre e gostoso em uma relação neurótica e sofrida. Cheia de cobranças , deveres e obrigações. 
O amor trás antes de qualquer obrigação a liberdade. A plenitude está na sabedoria de vivencia-la. 
Uma bruxa sabe que não existe sobrenatural, muito pelo contrario, tem a consciência de que tudo é natural. Ver, ouvir, perceber e sentir alem dos sentidos físicos é meramente uma questão de treinamento e fé. Assim, a ligação, a leitura dos sinais da Grande Mãe, é uma questão de aprendizado e exercícios constantes. A Bruxa moderna, depois do despertar da sua Deusa interior, busca desenvolver através das suas descobertas o sagrado e o divino do seu equilíbrio feminino, a partir da tomada de consciência que o bem e o mal fazem parte da energia universal. Cabendo a cada Mulher, desenvolver o equilíbrio, sem camuflagens do ego e vaidades supérfluas . 

Cabe a mulher Bruxa, estar atenta as agressões a natureza, defendê-la e protegê-la. Tendo sempre em mente a responsabilidade ao educar seus filhos, de informa-los sobre as agressões impostas a natureza pela evolução tecnológica irresponsável. Bem como no que diz respeito a ciência sem ética, a que vai de encontro as leis que regem o universo. 

Não cabe mais na nova sociedade rótulos tais como: “A mulher é inimiga da própria mulher”, ou “se quiser ver seus ideais irem por água abaixo, conte a uma mulher seus objetivos,” essas e outras frases de efeito semelhante, são ainda resquícios de um tempo de opressão patriarcal, que subjuga a mulher a condição de um ser menor, sem personalidade, influenciável. Sem contar com a estratégia por trás de tudo isso que é exatamente de criar conflitos entre a espécie feminina para enfraquecê-la na sua força de união. 

Precisamos estar atentas também a todas essas e outras heranças culturais medievais do poder masculino, ainda muito enraizadas na nossa cultura formativa. 
Não estamos nesta guerra silenciosa por poder ou mesmo por querer ocupar o lugar masculino, não, apenas lutamos pela nossa divindade de existir de forma plena, livre e verdadeira. Pelo nosso poder feminino que nos foi violentamente subtraído de formas tão cruéis. Negando até mesmo o nosso poder de parir, quando instituíram a origem da mulher, extraída da costela de um homem, negando assim a divindade da maternidade da nossa Mãe criadora. Negando o nosso útero. Transformando a nossa função sagrada de menstruar em algo sujo e pecaminoso. Somos fortes quando temos a real consciência da grandiosidade do rio de sangue que corre nas nossas entranhas que dá origem a vida, como o líquido sagrado dos rios e mares, a água que correm nas entranhas da grande Mãe.

Somos simplesmente mulheres, e como tal, queremos existir com todas as características que faz de nós esse ser singular. 

Somos bruxas.






Fonte: http://www.angelfire.com/la/psique/index.html