" Leve é o Corpo que se solta, Livre é a Alma que se entrega ao Amor.... Segue O que se ergue no Horizonte!"

- Grande Mãe, recebida por Ísis de Sírius

23 junho, 2012

ÍSIS






Ísis era uma deusa da mitologia egípcia. Foi a mulher de Osíris e era filha do deus da terra, Geb, e da deusa do céu, Nut. Era ainda mãe de Hórus e cunhada de Seth. Segundo a lenda, Ísis ajudou a procurar o corpo de Osíris, que tinha sido despedaçado por seu irmão, Seth. Ísis, a deusa do amor e da mágica, tornou-se a deusa-mãe do Egito.

Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela conhecia uma felicidade perfeita e governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização.

Até que Seth, irmão de Osíris, o convidou para um banquete. Tratava-se uma cilada, pois Seth estava decidido a assassinar o rei para ocupar o seu lugar. Seth apresentou um caixão de proporções excepcionais, assegurando que recompensaria generosamente quem nele coubesse. Imprudente, Osíris aceitou o desafio, permitindo que Seth e os seus acólitos pregassem a tampa e o tornassem escravo da morte.

Cometido o crime, Seth, que cobiçava ocupar o trono de seu irmão, lança a urna ao Nilo (há também uma versão que diz que Ísis ao saber o que havia ocorrido chorou profundamente e de suas lágrimas surgiu o rio Nilo), para que o rio a conduzisse até ao mar, onde se perderia. Este incidente aconteceu no décimo sétimo dia do mês Athyr, quando o Sol se encontra sob o signo de Escorpião.







Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido, a fim de lhe restituir o sopro da vida. Assim, cortou uma madeixa do seu cabelo, estigma da sua desolação, e o escondeu sob as roupas peregrinando por todo o Egito, na busca do seu amado.

Por sua vez, e após a urna atingir finalmente uma praia, perto da Babilônia, na costa do Líbano, enlaçando-se nas raízes de um jovem pé de tamarindo, e com o seu crescimento, a urna ascendeu pelo mesmo se prendendo no interior do seu tronco, fazendo a árvore alcançar o clímax da sua beleza, que atraiu a atenção do rei desse país, que ordenou ao seu séquito que o tamarindo fosse derrubado, com o propósito de ser utilizado como pilar na sua casa.

Enquanto isso, Ísis prosseguia na sua busca pelo cadáver de seu marido, e ao escutar as histórias sobre esta árvore, tomou de imediato a resolução de ir à Babilônia, na esperança de ultimar enfim e com sucesso a sua odisséia. Ao chegar ao seu destino, Ísis sentou-se perto de um poço, ostentando um disfarce humilde e brindou os transeuntes que por ela passavam com um rosto lindo e cheio de lágrimas.

Tal era a sua beleza e sua triste condição que logo se espalharam boatos que chegaram ao rei da Babilônia, que, intrigado, a chamou para conhecer o motivo de seu desespero. Quando Ísis estava diante do monarca solicitou que permitisse que ela entrelaçasse os seus cabelos. Uma vez que o regente, ficou perplexo pela sua beleza, não se importou com isso, assim Ísis incensou as tranças que espalharam o perfume exalado por seu corpo, fazendo a rainha da Babilônia ficar enfeitiçada pelo irresistível aroma que seus cabelos emanavam. Literalmente inebriada por tão doce perfume dos céus, a rainha ordenou então a Ísis que a acompanhasse.

Assim, a deusa conseguiu entrar na parte íntima do palácio do rei da Babilônia, e conquistou o privilégio de tornar-se a ama do filho recém-nascido do casal régio, a quem amamentava com seu dedo, pois era proibido a Isis ceder um dos seios, o leite de Ísis prejudicaria a criança.

Se apegando à criança, Ísis desejou conceder-lhe a imortalidade, para isso, todas as noites, a queimou, no fogo divino para que as suas partes mortais ardessem no esquecimento. Certa noite, durante o ritual, ela tomou a forma de uma andorinha, a fim de cantar as suas lamentações.






Maravilhada, a rainha seguiu a melopéia que escutava, entrando no quarto do filho, onde se deparou com um ritual aparentemente hediondo. De forma a tranqüilizá-la, Ísis revelou-lhe a sua verdadeira identidade, e terminou o ritual, mesmo sabendo que dessa forma estaria a privar o pequeno príncipe da imortalidade que tanto desejava oferecer-lhe.

Observando que a rainha a contemplava, Ísis aventurou-se a confidenciar-lhe o incidente que a fez visitar a Babilônia, conquistando assim a confiança e benevolência da rainha, que prontamente lhe cedeu a urna que continha os restos mortais de seu marido. Dominada por uma imensa felicidade, Ísis apressou-se a retirá-la do interior do pilar.

Porém, o fez de forma tão brusca, que os escombros atingiram, mortalmente, o pequeno príncipe. Outras versões desta lenda, afirma que a rainha expulsou Ísis, ao ver o ritual, no qual ela retirou a urna do pilar, sem o consentimento dos seus donos.

Com a urna, Ísis regressou ao Egito, onde a abriu, ocultando-a, nas margens do Delta. Numa noite, quando Ísis a deixou sem vigilância, Seth descobriu-a e apoderou-se, uma vez mais dela, com o intento de retirar do seu interior o corpo do irmão e cortá-lo em 14 pedaços e os arremessando ao Nilo.

Ao tomar conhecimento do ocorrido, Ísis reuniu-se com a sua irmã Néftis, que também não tolerava a conduta de Seth, embora este fosse seu marido, e, juntas, recuperaram todos os fragmentos do cadáver de Osíris, à exceção, segundo Plutarco, escritor grego, do seu sexo, que fora comido por um peixe.

Novamente existe uma controvérsia, uma vez que outras fontes egípcias afirmam que todo o corpo foi recuperado. Em seguida, Ísis organizou uma vigília fúnebre, na qual suspirou ao cadáver reconstituído do marido: “Eu sou a tua irmã bem amada.

Não te afastes de mim, clamo por ti! Não ouves a minha voz? Venho ao teu encontro e, de ti, nada me separará!” Durante horas, Ísis e Néftis, com o corpo purificado, inteiramente depiladas, com perucas perfumadas e boca purificada por natrão (carbonato de soda), pronunciaram encantamentos numa câmara funerária, impregnada por incenso.

A deusa invocou então todos os templos e todas as cidades do país, para que estes se juntassem à sua dor e fizessem a alma de Osíris retornar do Além. Uma vez que todos os seus esforços revelavam-se vãos, Ísis assumiu então a forma de um falcão, cujo esvoaçar restituiu o sopro de vida ao defunto, oferecendo-lhe o apanágio da ressurreição.

Ísis em seguida amou Osíris, mantendo o vivo por magia, tempo suficiente para que este a engravidasse. Outras fontes garantem que Osíris e a sua esposa conceberam o seu filho, antes do deus ser assassinado. Após isso ela ajudou a embalsamá-lo, preparando Osíris para a viagem até seu novo reino na terra dos mortos, tendo assim ajudado a criar os rituais egípcios de enterro.


Ao retornar à terra, Ísis encontrava-se agora grávida do filho, concebendo assim Hórus, filho da vida e da morte. a quem protegeria até que este achasse-se capaz de enfrentar o seu tio, apoderando-se (como legítimo herdeiro) do trono que Seth havia usurpado.

Alguns contos declaram que Ísis, algum tempo antes do parto, Seth à aprisionara, mas que Toth, vizir de Osíris, a auxiliara a libertar-se. Porém, muitos concordam que ela ocultou-se, secretamente, no Delta, onde se preparou para o nascimento do filho, o deus-falcão Hórus. Quando este nasceu, Ísis tomou a decisão de dedicar-se inteiramente à árdua incumbência de velar por ele. Todavia, a necessidade de ir procurar alimentos, acabou deixando o pequeno deus sem qualquer proteção. Numa dessas ocasiões, Seth transformou-se numa serpente, visando espalhar o seu veneno pelo corpo de Hórus, quando Ísis regressou encontrou o seu filho já próximo da morte.

Entretanto, a sua vida não foi ceifada, devido a um poderoso feitiço executado pelo deus-sol, Ra.

Ela manteve Hórus em segredo até que ele pudesse buscar vingança em uma longa batalha que significou o fim de Seth. A mágica de Ísis foi fundamental para ajudar a conseguir um julgamento favorável para Osíris. Suas habilidades mágicas melhoraram muito quando ela tirou proveito da velhice de Rá para enganá-lo, fazendo-o revelar seu nome e, assim, dando a ela acesso a um pouco de seu poder. Com freqüência, ela é retratada amamentando o filho Hórus.

Ísis sob a forma de serpente se ergue na fronte do rei para destruir os inimigos da Luz, e sob a forma da estrela Sótis anuncia e desencadeia as cheias do Nilo.

10 junho, 2012

XVII.- DESCIDA (O Retorno de Inanna)









Fui ver meus amigos Matali e Tara e pedi que desejava voltar a ver a Velha Mulher Serpente.
Tara  guiou-me pelas suas cavernas e ela não pareceu surpresa. Embora não pronunciasse palavras, eu compreendi que devia empreender uma viagem sozinha.

A sábia dama conduziu- me a um túnel escuro. No extremo do túnel vi um ovalóide transparente, como uma matriz rodeada de uma auréola translúcida de luz suave incessante. Entrei e sentei- me durante algum tempo, que me pareceu uma eternidade. Não aconteceu nada. Comecei um programa de austeridades, disciplina para elevar as minhas freqüências por meio da concentração. Respirei, senti o calor divino, jejuei. Parei estática sobre um dedo do pé durante dois mil anos; prostrei-me, chorei. 

A minha alma  derramou-se para esse ovalóide à medida que o silêncio me afligia.
Não obstante, nada acontecia. 

Repassei minha vida como Inanna. Tudo o que tinha sido ou feito passava através do
olho da minha mente. O desejo veemente de verdade e conhecimento afligiu todo o meu ser e o meu corpo formoso se levantou e se sacudiu entre soluços e desespero.

Finalmente, esqueci o desespero e me perdi num calor de fogo, enquanto sacrificava o meu orgulho e já não sabia quem era. O ego da Inanna se desvaneceu.

À medida que toda identidade caía de meu ser como as lágrimas de meus olhos, começou a formar-se uma luz à minha frente. Lentamente, esta luz assumiu a forma do ser mais esquisitamente belo que eu tenha visto. Não era nem homem nem mulher, mas sua forma era humana.
Estava composta de milhares de luzinhas que disparavame se moviam constantemente em cores diferentes. O rosto era o rosto de mil seres e irradiava tudo o que eu esperava poder ser; graça, sabedoria e qualidades para as quais não tenho palavras.

"Qual é teu nome?"- perguntei.

O Ser respondeu desta maneira:

"Tenho muitos nomes de uma multidão de experiências e estados de ser, mas o meu verdadeiro espírito, onde reside a minha alma não é mais que uma freqüência de luz, não é um nome. Eu sou o que não pode ser renomeado. Se buscas dar-me um nome, sou Altair do Alción, Estrela de Estrela. Eu sou aquilo que Tu sempre foste.

O Teu desejo veemente da verdade trouxe- me cá. Estes são os momentos do Teu Despertar; corta-os. A
revelação está-se a dar agora nesta fuga do tempo. Tu és um sistema de reacção. Eu conecto-me contigo. Estive alinhando os teus circuitos para que haja uma melhor recepção. Harmoniza-Te Comigo.

Recorda, Amada. Recorda o Teu verdadeiro Lar. Quando o tempo começou para ti, foi uma luz branca pura. Agora tens muitas cores, muitas matizes, muitas experiências. Flutua através do infinito, pulsando beleza. Amo-te imensamente."



Senti que uma brisa suave acariciava o meu corpo. O imenso amor deste ser rodeou-me, curando e secando as minhas lágrimas. Senti-me mais ligeira e pelo meu corpo correram ondas de suprema alegria.


O ser falou de novo:

"Amo-te, Inanna.
NUNCA te julguei.
Regozijei-me com os teus feitos, com a tua coragem.
Chorei quando choraste.
Procurei sabedoria na tua beleza.
Apoiei-te nas tuas horas mais difíceis. Nunca estive separado de ti. 
Permiti-te ir pelos caminhos que escolheste para que me trouxesse experiências.
Faria qualquer Ser menos por um Filho, Sua Criação?

Na tranquilidade do nosso encontro, abro a ti... Apresso a ti para me encher dentro de ti e de ti.
Tu és minha criação e com ansiedade esperei oTeu Retorno.
Sem exigires, voltaste para mim, brandamente como as flores seguem o sol.

Oh minha Amada, unidos estamos! Desde todos os atalhos e caminhos, Através dos compridos e solitários corredores do tempo, Como as correntes da Terra, Como o sangue que flui nas suas veias...
Encontramo-nos no coração. Para nos queimarmos nos fogos da Nossa Realização."


Assim era! Eu estava acesa, todo meu ser ardia em amore experimentei um êxtase que nunca antes me tinha
imaginado. Em silêncio, o Ser transmitiu um entendimento à minha mente. O amor esvaziou-se dentro de mim com uma força de paixão indescritível. Dentro do meu coração, sabia o que faria. O calor do fogo me mudou para sempre.

Vi meu futuro. 

Descenderia para a forma humana, converter-me-ia num humano e tentaria activar o genoma divino nas minhas Projeções, os seres humanos que eu tinha criado. 

Separar-me-ia,  em porções variáveis e assumiria muitas encarnações. 
Atrever-me-ia a ser vulnerável e a nascer na carne humana. 

Escolhi uma gama de experiências através de castas particulares.

Embora fosse descer ao tempo da Terra, eu sabia que este Ser de Luz estaria comigo sempre e que nunca mais estaria sozinha.

Tenho que admitir que no princípio estava um pouco relutante a encarnar na forma humana. Eu sabia exatamente o que tinha sido feito ao ADN humano e quão difícil seria recordar quem era, uma vez estivesse
encarnada. Mas eu estava decidida.

Decidi começar lentamente. 

Nas montanhas dos Himalaias, viviam um grupo de humanos que se reuniram em busca da sabedoria. Com a oração e a meditação eles esperavam que lhes chegasse uma visão que lhes mostrasse a
verdade. Exprimentei produzir uma imagem holográfica de mim mesma, um pouco modificada e apareci. Estava vestida numa túnica branca e  rodeei-me de uma modesta quantidade de luz. 

Foquei-me no pensamento de Amor que o Grande Ser no ovalóide, me mostrou. 
Concebi uma coluna de luz que saía do ovalóide, passava através de mim para as montanhas, até aos corações e mentes destes buscadores. A sua inocência e gratidão me impulsionaram a amá-los, e quanto mais os amava, mais sólida me voltava. 

Tinha um pouco de medo, mas não podia evitar amá-los. A sua devoçãoera uma tranquilidade que nunca tinha conhecido. À medida que a minha densidade física aumentava, eu sabia que rapidamente esqueceria e não recordaria quem era nem o que tinha vindo fazer aqui. 

Pensei em todos os outros, em que me converteria. A força do meu amor e compaixão pôs em movimento cem vistas, enquanto eu, Inanna, disfarçada de Lulu, descendia à Terra para experimentar todas as limitações da carne e do sangue.

Eu esperava que minha tarefa fosse fácil, uma outra aventura. Afinal, eu como Inanna era de uma freqüência de tempo diferente e estava acostumada a viajar no tempo. Quão difícil poderia ser? Não obstante, fui muito optimista. 

Mas a densidade das frequências da Terra, unida a um corpo cujo ADN desactivado somente permitia um décimo da sua função cerebral, deixaram-me afligida pelos cinco sentidos. A confusão e o medo invadiram-me... 

Vida após Vida... as técnicas de lavagem cerebral de Marduk, a propaganda e o controle por meio das frequências foram demasiado para mim. 

O sistema religioso da época esmagar-me-ia simplesmente... e eu me perderia.

Como homem, escolhi a vida de um sacerdote na Atlantida. Eu era o guardião dos cristais sagrados. Apaixonei-me por uma virgem Santa, violei-a e os meus companheiros executaram-me . 

Na antiga Irlanda converti-me num grande guerreiro. E pelaforça daminha espada, decapitei a milhares de homens e amontoei as suas cabeças à frente de meu castelo como ostentação da minha riqueza. Comecei a beber em excesso e agredia a minha esposa. Um dia enquanto dormia, a minha esposa e o meu irmão,  persuadiram o meu filho a cortar-me o pescoço, roubando desta forma a minha vida e a minha riqueza. 

No Egito converti-me no bibliotecário da grande loja dos papiros e as tabuletas de argila de Alexandria. Como temia todas as emoções, vivia sozinho no meio da escrita. Morri como um homem rígido e solitário
quando os soldados romanos colocaram fogo à biblioteca.

Como mulher, fui uma bailarina em Cachemira. Isto o fiz , em honra da minha amiga Tara. 
Era uma órfã que chegou ao palácio graças à dança e decidiu educar-se, aprendendo línguas e arquitetura. Era muito admirada pelos homens, mas as mulheres do harém desprezavam- me e envenenaram- me. 

No ocidente da América, fui uma menina, a índia que montava um pônei e caçava nas pradarias. O meu nome era Donzela do Céu e, comunicando com as estrelas, benzi a Terra com a energia dos céus. Apaixonada por um índio valente e bom, Pluma de Fogo, morri ao dar a luz quando um curandeiro supersticioso me amarrou no piso do meu tipi.

Na Espanha converti-me numa formosa mulher judia. Durante a Inquisição fui encarcerada, torturada e
queimada viva. Antes de morrer, baixaram anjos para me liberar do meu corpo e da minha dor.

Converti-me em muitos seres. Experimentei a vida como homem e como mulher. Percorri os mesmos caminhos que os humanos percorreram. Senti o que eles têm sentido, a mesma esperança e o mesmo desespero. 

Tive um menino nos meus braços; fui uma menina órfã. Degolei  muitos homens e amei muitos outros. Perguntei-me amargamente, o que importava?

Suplicando ajuda, sentei-me sobre o piso frio e olhei firme e veementemente às estrelas.

Tratei de recordar. (...)


em, O Retorno de Inanna de V-S-Ferguson