" Leve é o Corpo que se solta, Livre é a Alma que se entrega ao Amor.... Segue O que se ergue no Horizonte!"

- Grande Mãe, recebida por Ísis de Sírius

25 novembro, 2012

Rompendo o véu




Os Sacerdotes disseram-me que o meu sacrifício não era real, porque o tempo não existe.
Mas desde que cheguei a este Mundo, me sinto empurrada como um grão de areia pelo vento... numa grande ampulheta, num deserto imenso... onde ora sou sombra... ora sou luz.

Não sei até quando conseguirei manter a consciência de Quem Sou.
Desde que baixaram os Véus do Esquecimento , fala-se de que é uma questão
de tempo...
E embora o Tempo seja uma Ilusão, sinto a minha Alma desfragmentar-se... as ideias difusas, a mente dispersa.
Há momentos em que me perco nesta realidade, em que me esqueço porque estou aqui... outros momentos há, em que me lembro do meu Propósito.
E quando me perco completamente nestas divagações, uma coisa eu tenho a certeza, e que os Sacerdotes nunca me disseram... Que se eu seguir o meu coração nunca me perderei no Caminho para onde vou! E só seguindo o meu coração conseguirei romper o Véu do Esquecimento e recuperar a consciência de Quem Eu Sou!

OM Rá!

- Susana Duarte, em Viagens da minha Alma

Eu sou Mulher Serpente




Sou Filha do Sol e da Lua, Sou Mulher Serpente...

possuo o principio regenerador da Grande Mãe Cósmica.




Os meus pés estão enraízados

e o meu coração bate ao ritmo do cardíaco da Mãe Terra...

mas as minhas mãos tocam as Estrelas e a minha Alma funde-se com elas!


Eu sou Mulher Serpente... eu sou a Ponte entre o Céu e a Terra!

- Isis de Sirius

15 novembro, 2012

Canto a Lilith


Na ausência de Sol e Lua,
a luz esmorece...
como uma eterna noite fria e escura.
E neste crepúsculo
do âmago de mim mesma,
surges ímpia e resplandescente,
qual poder ígneo que se acende
queimando-me por dentro...
como uma chama ardente
que me remete ao silêncio...
e á tua presença.
E no teu olhar perscrutador
Vejo a minha imagem...
Outrora uma Sombra,
agora uma tocha flamejante.
Nem Sol, nem Lua...
pois esta Luz que me ilumina,
vem toda de Ti!



- canto a Lilith, por susana Duarte

03 novembro, 2012

A Descida de Ishtar ao Submundo (antigo texto Babilónico)




Para a Terra do Não Retorno, para o Reino de Ereshkigal,
Ishtar, a filha da Lua, decidiu ir.
Para a casa negra, a residência de Irkalla,
Para a casa onde quem entrou jamais voltou,
Para a via de onde não há saída,
Para a casa onde todos os que entram são privados de luz,
Onde o pó é a sua sujeição e o barro a sua comida,
Onde eles não vêem a luz, residindo na escuridão,
Onde eles estão vestidos como pássaros, com asas como vestuário,
E onde a porta e a fechadura estão repletas de pó.
Quando Ishtar alcançou o portal da Terra de Não Retorno,
Ela disse ao seu Guardião:

'Oh Guardião, abre o Portal,
Abre o Portal para que eu possa entrar!'




01 novembro, 2012

Convento de Tomar




Os meus pés pisavam a gravilha.
O silêncio preenchia o ambiente, apenas interrompido pelo canto dos pardais.
As sombras do Castelo bailavam á minha frente e as minhas pernas começaram a tremer e a tornarem-se muito pesadas.
Os pés arrastavam-se enquanto o meu coração começava a bater descompassadamente, ameaçando ssaltar para fora do meu peito.

Á minha frente surgiu um poço... tapado, frio. Institivamente os meus pés correram para ele e por trás de mim os cheiros intensificaram-se...cheiro da chuva e da terra molhada,  o trote dos cavalos a entrarem por trás de mim no grande pátio, soavam alto, os gritos roucos dos homens altos, vestidos de armadura de prata com a Cruz ao peito e o tilintar das suas armas de ferro. Desmontavam dos cavalos um a um e dirigiam-se sedentos ao poço, passando por mim e ignorando-me.
Fiquei tonta com a passagem do ar, aturdida com a rapidez com que passavam por mim e quase me tocavam, enquanto abriam caminho para o poço e faziam subir o balde para beberem sofregadamente entre gargalhadas.

Um Cavalo relinchou alto e fez-me saltar alerta, e acordei daquele momento, teletransportando-me para a realidade silenciosa, a verdadeira em que eu estava.
Era apenas um rouxinol cantando alegremente sobre o muro do pátio.

Virei as costas ao poço e abeirei-me da muralha do Castelo, admirando a paisagem do alto e qual não foi o meu espanto quando ouvi de novo um relinchar familiar, voltei-me e deparei-me com um lindo cavalo de olhos muito brilhantes que me reconheciam, tinha alguns arranhões por baixo dos olhos e estava cansado. Aproximou-se de mim e apoiou a sua cabeça em cima do meu ombro, como já não fazia há muito tempo...
Senti todo o seu peso, o seu calor e abracei-o feliz.

E por trás dele, um homem cansado, cujo sorriso franco me inundou de felicidade, os seus olhos negros em mim, expectantes...
O meu coração quase saltava do peito, levei as mãos ás saias para as limpar, para o abraçar finalmente.
Mas não tinha saias... silêncio profundo e ao erguer os olhos, nem cavaleiro de armadura reluzente, nem cavalo. Nem vida naquele pátio vazio...Nenhum som de qualquer espécie... só o compasso do meu coração.

Um vazio no meu olhar e no meu coração, enquanto o Sol brilhava majestoso e enchia tudo á minha volta de  diferentes tons de Azul.


Ísis de Sirius, em Viagens da minha Alma