" Leve é o Corpo que se solta, Livre é a Alma que se entrega ao Amor.... Segue O que se ergue no Horizonte!"

- Grande Mãe, recebida por Ísis de Sírius

01 fevereiro, 2012

Iemanjá - A Lenda





Iemanjá era a filha de Olokun, a deusa do mar.
Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua,
com o qual teve dez filhos.

Estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás.
Um deles foi chamado Oxumaré, o Arco-Íris, "aquele-que-se desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos."

De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos.

Cansada da sua estadia em Ifé,
Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra",
como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá.
Ao norte de Abeokutá, vivia Okere, rei de Xaki.

Iemanjá continuava muito bonita.

Okere desejou-a e propôs-lhe casamento.
Iemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe:
"Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios."
Okere, gentil e polido, tratava Iemanjá com consideração e respeito.

Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso.
Voltou para casa bêbado e titubeante.
Ele não sabia mais o que fazia.
Ele não sabia mais o que dizia.
tropeçando em Iemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável.
Okere, vexado, gritou:
"Você, com seus seios compridos e balançantes!
Você, com seus seios grandes e trêmulos!"
Iemanjá, ofendida, fugiu em disparada.

Certa vez, antes do seu primeiro casamento,
Iemanjá recebera de sua mãe, Olokun,
uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta:
"Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.
Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão."
Em sua fuga, Iemanjá tropeçou e caiu.
A garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio.

As águas tumultuadas deste rio levaram Iemanjá em direção ao oceano,
residência de sua mãe Olokun.

Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher.

Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina,
chamada ainda hoje, Okere, e colocou-se no seu caminho.

Iemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita.
Iemanjá quis passar pela esquerda, Okere deslocou-se para a esquerda.
Iemanjá, vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna,
chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos.

Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder.
Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos,
um prato de "amalá", preparado com farinha de inhame,
e um prato de "gbeguiri", feito com feijão e cebola.

E declarou que, no dia seguinte, Iemanjá encontraria um lugar por onde passar.

Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras da chuva.
Começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia.

Começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia.

Quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio.
Ouviu-se então: Kakará rá rá rá...
Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere.
Ela abriu-se em duas e, suichchchch...
Iemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokun.
Aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.
Seus filhos chamam-na e saúdam-na.

Mas, a Mãe do rio, não voltou mais.

Iemanjá, a rainha das águas, usa roupas cobertas de pérolas.
Ela tem filhos no mundo inteiro.

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