" Leve é o Corpo que se solta, Livre é a Alma que se entrega ao Amor.... Segue O que se ergue no Horizonte!"

- Grande Mãe, recebida por Ísis de Sírius

10 junho, 2012

XVII.- DESCIDA (O Retorno de Inanna)









Fui ver meus amigos Matali e Tara e pedi que desejava voltar a ver a Velha Mulher Serpente.
Tara  guiou-me pelas suas cavernas e ela não pareceu surpresa. Embora não pronunciasse palavras, eu compreendi que devia empreender uma viagem sozinha.

A sábia dama conduziu- me a um túnel escuro. No extremo do túnel vi um ovalóide transparente, como uma matriz rodeada de uma auréola translúcida de luz suave incessante. Entrei e sentei- me durante algum tempo, que me pareceu uma eternidade. Não aconteceu nada. Comecei um programa de austeridades, disciplina para elevar as minhas freqüências por meio da concentração. Respirei, senti o calor divino, jejuei. Parei estática sobre um dedo do pé durante dois mil anos; prostrei-me, chorei. 

A minha alma  derramou-se para esse ovalóide à medida que o silêncio me afligia.
Não obstante, nada acontecia. 

Repassei minha vida como Inanna. Tudo o que tinha sido ou feito passava através do
olho da minha mente. O desejo veemente de verdade e conhecimento afligiu todo o meu ser e o meu corpo formoso se levantou e se sacudiu entre soluços e desespero.

Finalmente, esqueci o desespero e me perdi num calor de fogo, enquanto sacrificava o meu orgulho e já não sabia quem era. O ego da Inanna se desvaneceu.

À medida que toda identidade caía de meu ser como as lágrimas de meus olhos, começou a formar-se uma luz à minha frente. Lentamente, esta luz assumiu a forma do ser mais esquisitamente belo que eu tenha visto. Não era nem homem nem mulher, mas sua forma era humana.
Estava composta de milhares de luzinhas que disparavame se moviam constantemente em cores diferentes. O rosto era o rosto de mil seres e irradiava tudo o que eu esperava poder ser; graça, sabedoria e qualidades para as quais não tenho palavras.

"Qual é teu nome?"- perguntei.

O Ser respondeu desta maneira:

"Tenho muitos nomes de uma multidão de experiências e estados de ser, mas o meu verdadeiro espírito, onde reside a minha alma não é mais que uma freqüência de luz, não é um nome. Eu sou o que não pode ser renomeado. Se buscas dar-me um nome, sou Altair do Alción, Estrela de Estrela. Eu sou aquilo que Tu sempre foste.

O Teu desejo veemente da verdade trouxe- me cá. Estes são os momentos do Teu Despertar; corta-os. A
revelação está-se a dar agora nesta fuga do tempo. Tu és um sistema de reacção. Eu conecto-me contigo. Estive alinhando os teus circuitos para que haja uma melhor recepção. Harmoniza-Te Comigo.

Recorda, Amada. Recorda o Teu verdadeiro Lar. Quando o tempo começou para ti, foi uma luz branca pura. Agora tens muitas cores, muitas matizes, muitas experiências. Flutua através do infinito, pulsando beleza. Amo-te imensamente."



Senti que uma brisa suave acariciava o meu corpo. O imenso amor deste ser rodeou-me, curando e secando as minhas lágrimas. Senti-me mais ligeira e pelo meu corpo correram ondas de suprema alegria.


O ser falou de novo:

"Amo-te, Inanna.
NUNCA te julguei.
Regozijei-me com os teus feitos, com a tua coragem.
Chorei quando choraste.
Procurei sabedoria na tua beleza.
Apoiei-te nas tuas horas mais difíceis. Nunca estive separado de ti. 
Permiti-te ir pelos caminhos que escolheste para que me trouxesse experiências.
Faria qualquer Ser menos por um Filho, Sua Criação?

Na tranquilidade do nosso encontro, abro a ti... Apresso a ti para me encher dentro de ti e de ti.
Tu és minha criação e com ansiedade esperei oTeu Retorno.
Sem exigires, voltaste para mim, brandamente como as flores seguem o sol.

Oh minha Amada, unidos estamos! Desde todos os atalhos e caminhos, Através dos compridos e solitários corredores do tempo, Como as correntes da Terra, Como o sangue que flui nas suas veias...
Encontramo-nos no coração. Para nos queimarmos nos fogos da Nossa Realização."


Assim era! Eu estava acesa, todo meu ser ardia em amore experimentei um êxtase que nunca antes me tinha
imaginado. Em silêncio, o Ser transmitiu um entendimento à minha mente. O amor esvaziou-se dentro de mim com uma força de paixão indescritível. Dentro do meu coração, sabia o que faria. O calor do fogo me mudou para sempre.

Vi meu futuro. 

Descenderia para a forma humana, converter-me-ia num humano e tentaria activar o genoma divino nas minhas Projeções, os seres humanos que eu tinha criado. 

Separar-me-ia,  em porções variáveis e assumiria muitas encarnações. 
Atrever-me-ia a ser vulnerável e a nascer na carne humana. 

Escolhi uma gama de experiências através de castas particulares.

Embora fosse descer ao tempo da Terra, eu sabia que este Ser de Luz estaria comigo sempre e que nunca mais estaria sozinha.

Tenho que admitir que no princípio estava um pouco relutante a encarnar na forma humana. Eu sabia exatamente o que tinha sido feito ao ADN humano e quão difícil seria recordar quem era, uma vez estivesse
encarnada. Mas eu estava decidida.

Decidi começar lentamente. 

Nas montanhas dos Himalaias, viviam um grupo de humanos que se reuniram em busca da sabedoria. Com a oração e a meditação eles esperavam que lhes chegasse uma visão que lhes mostrasse a
verdade. Exprimentei produzir uma imagem holográfica de mim mesma, um pouco modificada e apareci. Estava vestida numa túnica branca e  rodeei-me de uma modesta quantidade de luz. 

Foquei-me no pensamento de Amor que o Grande Ser no ovalóide, me mostrou. 
Concebi uma coluna de luz que saía do ovalóide, passava através de mim para as montanhas, até aos corações e mentes destes buscadores. A sua inocência e gratidão me impulsionaram a amá-los, e quanto mais os amava, mais sólida me voltava. 

Tinha um pouco de medo, mas não podia evitar amá-los. A sua devoçãoera uma tranquilidade que nunca tinha conhecido. À medida que a minha densidade física aumentava, eu sabia que rapidamente esqueceria e não recordaria quem era nem o que tinha vindo fazer aqui. 

Pensei em todos os outros, em que me converteria. A força do meu amor e compaixão pôs em movimento cem vistas, enquanto eu, Inanna, disfarçada de Lulu, descendia à Terra para experimentar todas as limitações da carne e do sangue.

Eu esperava que minha tarefa fosse fácil, uma outra aventura. Afinal, eu como Inanna era de uma freqüência de tempo diferente e estava acostumada a viajar no tempo. Quão difícil poderia ser? Não obstante, fui muito optimista. 

Mas a densidade das frequências da Terra, unida a um corpo cujo ADN desactivado somente permitia um décimo da sua função cerebral, deixaram-me afligida pelos cinco sentidos. A confusão e o medo invadiram-me... 

Vida após Vida... as técnicas de lavagem cerebral de Marduk, a propaganda e o controle por meio das frequências foram demasiado para mim. 

O sistema religioso da época esmagar-me-ia simplesmente... e eu me perderia.

Como homem, escolhi a vida de um sacerdote na Atlantida. Eu era o guardião dos cristais sagrados. Apaixonei-me por uma virgem Santa, violei-a e os meus companheiros executaram-me . 

Na antiga Irlanda converti-me num grande guerreiro. E pelaforça daminha espada, decapitei a milhares de homens e amontoei as suas cabeças à frente de meu castelo como ostentação da minha riqueza. Comecei a beber em excesso e agredia a minha esposa. Um dia enquanto dormia, a minha esposa e o meu irmão,  persuadiram o meu filho a cortar-me o pescoço, roubando desta forma a minha vida e a minha riqueza. 

No Egito converti-me no bibliotecário da grande loja dos papiros e as tabuletas de argila de Alexandria. Como temia todas as emoções, vivia sozinho no meio da escrita. Morri como um homem rígido e solitário
quando os soldados romanos colocaram fogo à biblioteca.

Como mulher, fui uma bailarina em Cachemira. Isto o fiz , em honra da minha amiga Tara. 
Era uma órfã que chegou ao palácio graças à dança e decidiu educar-se, aprendendo línguas e arquitetura. Era muito admirada pelos homens, mas as mulheres do harém desprezavam- me e envenenaram- me. 

No ocidente da América, fui uma menina, a índia que montava um pônei e caçava nas pradarias. O meu nome era Donzela do Céu e, comunicando com as estrelas, benzi a Terra com a energia dos céus. Apaixonada por um índio valente e bom, Pluma de Fogo, morri ao dar a luz quando um curandeiro supersticioso me amarrou no piso do meu tipi.

Na Espanha converti-me numa formosa mulher judia. Durante a Inquisição fui encarcerada, torturada e
queimada viva. Antes de morrer, baixaram anjos para me liberar do meu corpo e da minha dor.

Converti-me em muitos seres. Experimentei a vida como homem e como mulher. Percorri os mesmos caminhos que os humanos percorreram. Senti o que eles têm sentido, a mesma esperança e o mesmo desespero. 

Tive um menino nos meus braços; fui uma menina órfã. Degolei  muitos homens e amei muitos outros. Perguntei-me amargamente, o que importava?

Suplicando ajuda, sentei-me sobre o piso frio e olhei firme e veementemente às estrelas.

Tratei de recordar. (...)


em, O Retorno de Inanna de V-S-Ferguson

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